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Instituto GESC

Voluntariado e Transformação Social

Recentemente, tive a oportunidade de falar sobre este tema para um grupo de mais de 300 pessoas, vindas de todos os cantos do país, em um evento marcado por alegre clima de celebração. Tratava-se de um encontro de voluntários, promovido por uma multinacional de grande porte, parceira do Instituto GESC. Neste evento, conduzi também uma oficina para representantes de 30 organizações da sociedade civil, abordando os principais desafios que enfrentam nos dias de hoje.

Não é mais novidade que empresas que têm consciência de sua responsabilidade social incentivam o trabalho voluntário, nem que tal atividade se converteu em um aspecto bastante valorizado no currículo dos profissionais em geral. Mesmo assim me surpreendi ao constatar que, embora houvesse participantes de todas as idades, a grande maioria eram jovens, muito interessados no que se discutia nas várias atividades propostas.

Contudo, o que me chamou particularmente a atenção, foi o foco que meus anfitriões pediram que desse em minha apresentação: falar da situação das organizações da sociedade civil, sua evolução histórica, seu perfil atual no Brasil e o papel que os voluntários podem desempenhar neste contexto.

Trata-se de um tema sobre o qual gosto muito de falar, mas me preocupou ter uma platéia constituída por tanta gente jovem e que já está engajada em algum tipo de trabalho voluntário incentivado pela empresa. Quando perguntei sobre este aspecto a uma gestora de área, ouvi: “Queremos que os voluntários percebam que seu trabalho pode ir além da doação de tempo e de algum esforço; queremos que sintam o potencial político que sua atuação pode ter”.

É claro que o sentido do “político”, aqui, transcendia em muito qualquer sentido partidário. O objetivo era levar aquelas pessoas a perceber, ainda que inicialmente, que poderiam, com seu trabalho, ajudar a transformar a realidade social na qual vivemos.

Se já estava bastante feliz com a oportunidade de falar sobre o tema, fiquei ainda mais satisfeito, pois é exatamente este conceito de voluntariado que adotamos como norteador de nosso trabalho tanto junto às empresas, como em relação às organizações da sociedade civil, as OSCs.

A sociedade civil vem ganhando peso e importância, principalmente nos últimos 30 anos, quando emergiu como terceira grande força, capaz de influenciar de forma decisiva o rumo dos acontecimentos, pela oportunidade que tem de cooperar – e de cobrar, quando necessário – os outros dois grandes setores: o poder público e o mercado. Hoje se sabe que, sem tal cooperação entre estes três grandes atores, dificilmente conseguiremos enfrentar com êxito os enormes desafios que estão postos para todos os países. Na era da globalização, é clara a interdependência que existe entre governo, mercado e sociedade.

E é a parcela organizada desta sociedade – constituída por um diversificado conjunto de organizações e movimentos – que está em condições de funcionar como elemento-chave para o trabalho conjunto de transformação social.

Talvez o leitor possa estar se perguntando: “Certo, mas o que o trabalho voluntário tem a ver com isto?” Resposta: tudo! O trabalho voluntário é a porta de entrada para a participação das pessoas em projetos de transformação social.

Quando recebemos no IGESC colegas que se candidatam a trabalhar voluntariamente, procuramos mostrar a eles que seu comprometimento em ajudar a fortalecer uma OSC pode ter um efeito muito maior do que o simples trabalho em um determinado período de tempo.

Organizações sociais podem ser verdadeiras escolas de ética e ação política transformadora, e quanto mais fortes forem em seus processos de atendimento e gestão, mais intensos serão os efeitos nas comunidades onde atuam e a

cujas necessidades se esforçam em atender.

Quando o trabalho voluntário vai além da doação de tempo livre e se torna uma forma de engajamento em um projeto comum, ele adquire um status de cidadania real, que transcende o discurso bem intencionado e atinge o aspecto concreto da vida.

As empresas estão mais do que certas em estimular este tipo de trabalho. As pessoas que querem fazer diferença têm aí uma excelente oportunidade de causar impacto social real, além de encorpar, e muito, seu próprio currículo.

 

Alfredo dos Santos Junior

Diretor Executivo do Instituto GESC e professor convidado em cursos de especialização da FIA – Fundação Instituto de Administração.